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domingo, 8 de junho de 2014

TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS



TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS


Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social.



Deixou dois veículos abandonados na via pública, dois veículos idênticos, da mesma marca, modelo e até cor.



Um deixou em Bronx, na altura de uma zona pobre e conflituosa de Nova York e o outro em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia.



Dois veículos idênticos abandonados, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.


Resultou que o veículo abandonado em Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas.

Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. 
Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. 
Contrariamente, o carro abandonado em Palo Alto manteve-se intacto.



É comum atribuir à pobreza as causas de delito.


Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras, (da direita e da esquerda).

Contudo, a experiência em questão não terminou aí.



Quando o veículo abandonado no Bronx já estava desfeito e o de Palo Alto estava há uma semana impecável, os investigadores quebraram um vidro do automóvel de Palo Alto.



O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre. 


Por quê que o vidro quebrado no carro abandonado num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso?

Não se trata de pobreza.



Evidentemente é algo que tem a ver com a psicologia humana e as relações sociais.



Um vidro quebrado num carro abandonado transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como o "vale tudo".



Cada novo ataque que o veículo sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.

Em experiências posteriores (James Q. Wilson e George Kelling), desenvolveram a "Teoria das Janelas Quebradas", a mesma que de um ponto de vista criminalístico conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.


Se quebra um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão quebrados todos os demais.



Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.


Se cometem "pequenas violações da lei" (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou avançar um semáforo vermelho) e as mesmas não são punidas, então começam as violações maiores e logo delitos cada vez mais graves.



Se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.

Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas (que deixa de sair das suas casas por temor a criminalidade) , estes mesmos espaços abandonados pelas pessoas são progressivamente ocupados pelos delinquentes.

A Teoria das Janelas Quebradas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade.


Começou-se por combater as pequenas transgressões: pichações deteriorando o lugar, sujeira das estações, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens.



Os resultados foram evidentes.

Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.


Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Quebradas e na experiência do metrô, colocou em vigor uma política de 'Tolerância Zero'.



A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana.



O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York.

A expressão 'Tolerância Zero' soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança.



Não se trata de linchar o delinquente, nem da prepotência da polícia, de fato, a respeito dos abusos de autoridade deve também aplicar-se a tolerância zero.


Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito.

Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.

Essa é uma teoria interessante e pode ser comprovada em nossa vida diária, seja em nosso bairro, na vila ou condomínio onde vivemos, não só em cidades grandes.



A tolerância zero colocou Nova York na lista das cidades seguras.


Esta teoria pode também explicar o que acontece aqui no Brasil com corrupção, impunidade, amoralidade, criminalidade, vandalismo, etc.

2 comentários:

Monica disse...

Oi Aline, adorei essa versão. Eu só conhecia a teoria da janela quebrada feita por Bastiat, que é de economia. Adorei essa com versão sociologica.

Aline Carla Rodrigues disse...

Oi Mônica! Eu também amiga, por isto postei. Saudades! Muito obrigada por sua honrosa participação no TRIBARTE!Beijos.

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