SEJA BEM-VINDO!

A ARTE RENOVA O OLHAR!

domingo, 27 de maio de 2012

DADAÍSMO: ARTE E DESORDEM

Era 1916, nascia o Cabaret Voltaire na Suíça, nascia a arte em forma de manifesto, de revista, de teatro, de poesia, de música, de desordem e conflito, nascia o Dadaísmo. Nascia a arte sem regras. Talvez tenha sido a única vez na história da arte que dizer nada quebrava paradigmas. Talvez tenha sido a mais perfeita tradução de vanguarda.
Dadaísmo by Carol Lopes
Receita para um poema dadaísta:
(Tristan Tzara)
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
Crítico, questionou a arte e ampliou seu olhar para a crítica dos modelos culturais vigentes. Ousado, permitiu que a experimentação entrasse em cena em plena guerra. Inspirou muito do que veio depois: o Surrealismo, o Expressionismo Abstrato e a Pop Art, em especial.
Desertores, irracionais e absurdos
Raoul Hausmann, ABCD, Self Portrait, 1921
Os criadores do movimento dadá acreditavam que as mazelas de tempos de guerra (1914 - 1918, Primeira Guerra Mundial) eram frutos da racionalidade, da lógica, do aprisionamento em que o sistema havia condicionado as pessoas. Provocaram e desafiaram a sociedade a uma ruptura social. E isso alastrou. Em pouco tempo, em Barcelona, Berlim, New York, Colônia e Paris, eclodiam movimentos inspirados nos dadaístas de Zurique, se respirava o desequilíbrio.
"Um dos objetivos do dadaísmo era conseguir fazer com que as pessoas refletissem sobre o cotidiano, olhassem as coisas de sempre com novos olhos. Por isso, objetos comumente utilizados no dia a dia são apresentados novamente ao expectador, mas sob uma nova perspectiva, mas sempre fazendo parte de um contexto artístico. A irreverência na arte era a forma de combater as velhas escolas artísticas européias, engessadas e pouco inovadoras." [Cultura Mix]
Ready Made, aka Marcel Duchamp
Objetos banais, escolhidos aleatoriamente, transformados em manifestações artísticas e alçados em um pedestal. Desprezo total pelo tradicional ou a estética da arte. Irônico, atingia tudo que desejasse contestar. Deu à Monalisa fogo no rabo (elle a chaud au cul). Levou o urinol para as galerias de arte.
Duchamp, Fonte

Duchamp, Roda da Bicicleta

Duchamp, L.H.O.O.Q
Poema Aleatório (ou Tristan Tzara)
Poesia sem significado transformada em manifesto político. Tzara redigiu manifestos paradoxais e contraditórios, intelectuais e antirracionais, inconformados. O próprio manifesto nega a si próprio, o próprio Tzara nega suas deliberadas provocações. Em Paris, foi um dos maiores responsáveis pela adesão massiva e o posterior nascimento do surrealismo.
Tristan Tzara, Man Ray, 1934
André Breton e a escrita automática
Sob seu impulso, o surrealismo torna-se um movimento europeu que abrange todos os domínios da arte e coloca profundamente em questão o entendimento humano e o olhar dirigido às coisas ou acontecimentos. Sob influência real de Tzara, com quem mantinha uma relação tão contraditória quanto a poesia do mesmo, depositava sonhos sobre natureza e amor. Ironicamente, fazia referências a Engels para falar do mítico, em pura desconexão. Ou seria mais conexo do que poderíamos supor?
Breton

Breton, 1930
O pensamento se faz na boca. O Dadaísmo se faz na desordem.


Leia mais: http://lounge.obviousmag.org/dadaista/2012/05/dadaismo-arte-e-desordem.html#ixzz1w3DyyTnt

Nenhum comentário:

LinkWithin

.post-body img{ -webkit-transition: all 1s ease; -moz-transition: all 1s ease; -o-transition: all 1s ease; } .post-body img:hover { -o-transition: all 0.6s; -moz-transition: all 0.6s; -webkit-transition: all 0.6s; -moz-transform: scale(1.4); -o-transform: scale(1.4); -webkit-transform: scale(1.4); }