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sábado, 31 de março de 2012

Sob o olhar "Isto é" como construir um cerébro para ter sucesso


A ciência desvenda como funcionam as estruturas cerebrais de pessoas bem-sucedidas e aponta as estratégias para que cada um tire o melhor do seu cérebro para ser também um vencedor

Cilene Pereira e Mônica Tarantino
A repórter Izadora Rodrigues foi até uma escola que ensina uma ginástica diferente para deixá-lo mais esperto. Assista ao vídeo :
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A psicologia já forneceu pistas sobre as características de personalidade que ajudam uma pessoa a ter sucesso na vida – segurança e perseverança estão entre elas. Agora, é a vez de a neurociência revelar como funciona o cérebro de indivíduos bem-sucedidos e o que cada um pode fazer para usar o poder do órgão em benefício próprio. Pelas descobertas obtidas, o que se pode depreender é que o cérebro de uma pessoa vencedora opera, sim, de modo diferente, com a ativação de áreas que a impulsiona em direção aos objetivos e a inibição de outras, que atuam como freios.
Alguns dos achados mais importantes desvendam os processos cerebrais que levam um indivíduo a seguir motivado até alcançar um objetivo desejado. Sabe-se que essa capacidade – a da motivação – é uma das marcas mais fortes de quem consegue a realização no que faz. Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade de Duke traçaram uma espécie de mapa da motivação, jogando luz sobre o mecanismo pelo qual uma simples vontade transforma-se em uma ação real. De acordo com eles, para que isso ocorra, as primeiras áreas do cérebro a serem ativadas são o córtex pré-frontal e o orbitofrontal. “Eles identificam boas oportunidades de crescimento pessoal ou profissional”, explicou à ISTOÉ Timothy Strauman, do Departamento de Psicologia e Neurociência da instituição americana. Depois, entram em ação os circuitos responsáveis por detectar, no ambiente, as condições necessárias para a realização do desejo. “Quando essas partes trabalham juntas, a pessoa começa a agir em busca do que quer”, diz o pesquisador.
O interessante é que indivíduos de sucesso possuem a capacidade de manter esse sistema muito mais ativado. Um trabalho realizado na Washington University School of Medicine deixou isso evidente. Os pesquisadores submeteram voluntários à exposição de imagens que provocavam tédio ou estímulo. Durante todo o tempo, monitorou-se a atividade cerebral dos participantes. Observou-se que os mais realizados mantinham as áreas associadas à motivação acionadas mesmo diante das imagens entediantes. “Eles se mantêm motivados porque acreditam que terão uma bela recompensa”, disse à ISTOÉ Debra Gusnard, uma das responsáveis pela experiência.
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MÚLTIPLA
Lu Cottini vive parte do mês em São Paulo, onde faz direção de arte de vídeos
e participa do projeto Mentes Brilhantes, do Ibope, dedicado a oferecer soluções
criativas a clientes. Nos outros dias, fica no seu ateliê de roupas e tapetes em uma antiga
estação de trem em Minas Gerais. “Essa mudança de atividade instiga meu cérebro”
Na Universidade de Michigan, os pesquisadores se depararam com outra característica cerebral que descobriram ser típica dos vencedores: o poder de focar a atenção no que estão fazendo e na meta a ser conquistada. Daniel Weissman e sua equipe verificaram que os participantes que haviam atingido os melhores resultados nos testes de raciocínio eram os que dificilmente se distraíam. Nessas pessoas, áreas do córtex cingulado anterior são mais ativas do que nas demais. Essa região atua como um alarme que avisa ao cérebro quando estamos nos distanciando do objeto ao qual precisamos nos conectar. “Quem tem sucesso parece capaz de treinar o cérebro para melhorar essa rede de atenção”, disse à ISTOÉ Jeff Brown, da Harvard Medical School. Ele é um dos autores do livro “O Cérebro do Vencedor”, lançado no Brasil recentemente e no qual estão relacionadas algumas das pesquisas mais atuais sobre o tema.
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À primeira vista, conhecer as capacidades cerebrais próprias de vencedores pode assustar. Pode-se ter a impressão de que eles são criaturas especiais, dotadas de algo inacessível à maioria das pessoas. Porém, a outra grande lição da neurociência a esse respeito é que todos podem desenvolver tais habilidades. “O cérebro pode ser moldado e modificado”, afirmou o cientista Brown. O pesquisador entende que isso pode ser obtido usando-se a capacidade do próprio cérebro de criar novos caminhos neuronais, a chamada neuroplasticidade. “‘É um trabalho duro, mas é possível construir um cérebro para ser um vencedor”, assegurou Brown.
Um exemplo dessa adaptabilidade cerebral a que se refere o cientista é a modificação pela qual passaram taxistas londrinos, como registrou um estudo da University College London. Após mapear o cérebro de 16 motoristas, a cientista Eleanor Maguire descobriu que o hipocampo deles era maior do que o das pessoas em geral. Essa estrutura participa da memória e do senso de navegação espacial. Por que era mais desenvolvida nos taxistas? Simplesmente porque eles costumavam passar pelo menos três anos treinando, estudando trajetos, nomes de ruas, direções, etc. Dessa maneira, refinaram uma estrutura cerebral indispensável para que fossem bem-sucedidos na profissão que escolheram.
A partir de constatações como essas, a ciência está empenhada em desenvolver ferramentas que possibilitem o aprimoramento cerebral. A prática regular de alguma atividade física é sabidamente um recurso eficiente. Não é por outro motivo que o neurocientista John Medina, da Universidade de Washington, instalou uma esteira ergométrica no seu escritório. “Em vez de tomar café, ando dez minutos na esteira. Isso estimula meu raciocínio”, diz ele, autor do livro “Aumente o Poder do Seu Cérebro”, recém-lançado no Brasil. Agora, as pesquisas estão mostrando que a atividade física ajuda a configurar um cérebro mais capaz já na infância. Um dos trabalhos que confirmam isso foi realizado na Universidade de Illinois (EUA). Os cientistas selecionaram crianças com idades de 9 a 10 anos e fizeram uma comparação entre o nível de condicionamento físico de cada uma e o tamanho do hipocampo, área também associada à aprendizagem. “Aqueles que tinham melhor preparo físico apresentavam um hipocampo maior e obtiveram desempenho superior nos testes de raciocínio”, disse Laura Chaddok, autora do trabalho. Ela constatou que as crianças com mais condicionamento tinham ainda maior capacidade de integrar diferentes tipos de informação.
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FOCO
Em cinco anos de carreira, a grafiteira carioca Pamela Castro se tornou internacionalmente
conhecida e ganhou prêmios. Mas ela tem uma tática: durante alguns dias, se fecha em casa
para planejar suas ações. “A concentração amadurece o trabalho e a técnica”
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CRIAÇÃO
Assim que termina um negócio, a empresária Débora Suconic (na foto, de óculos) inventa outro.
Neste momento, ela está abrindo um site para vender acessórios exclusivos,
como gravatas borboleta com strass e casquetes bordadas.
“Gosto desse movimento para manter a minha mente funcionando bem”
A ciência não conhece bem os mecanismos neurobiológicos que o exercício desperta. Também não há certezas sobre o tipo de atividade física mais eficiente e qual deve ser sua duração. Por essa razão, a pesquisadora Michelle Voss, também de Illinois, decidiu avaliar se manter uma atividade física moderada poderia reforçar a capacidade cognitiva. A resposta é sim. “Fazer exercícios aeróbicos por 40 minutos, três vezes por semana, é suficiente para gerar efeitos após seis meses de prática”, disse Michelle à ISTOÉ. “Os benefícios parecem ser ainda maiores depois de um ano se exercitando.”
Dos laboratórios de pesquisa estão saindo outras estratégias para ajudar a moldar um cérebro vencedor. Um dos experimentos mais curiosos foi feito na Universidade de Oxford, na Inglaterra, com 15 jovens. Parte deles foi submetida à aplicação, no cérebro, de correntes elétricas de baixa intensidade. Outra passou apenas por uma simulação de aplicações. Os jovens submetidos à estimulação tiveram um desempenho na matemática muito melhor do que os outros. “Seis meses depois esses jovens ainda tinham aumentadas suas habilidades para lidar com os números”, disse Cohen Kadosh, líder do trabalho.
Mais um campo de investigação é o uso de ultrassom. Os cientistas sabiam que essa energia influencia a atividade dos nervos, mas queriam descobrir se também atuava sobre circuitos cerebrais. A técnica, por enquanto avaliada apenas em ratos, foi testada na Universidade do Arizona. Nos experimentos, viu-se que as ondas de ultrassom modificam o padrão de atividade no hipocampo. “Por isso, a técnica poderá ser útil para melhorar a cognição”, disse Yusuf Tufail, autor do trabalho. O ultrassom estimulou também a produção de uma substância, o fator neurotrófico derivado do cérebro, que tem papel importante na formação de novos neurônios e na redistribuição de funções que o próprio cérebro faz.
Como o cérebro tem sido investigado de pontos de vista diferentes – observam-se aspectos moleculares, genéticos e anatômicos –, os vários achados estão compondo um painel impressionante sobre como o órgão é vulnerável e responde, bem ou mal, a circunstâncias diversas. E como tudo isso afeta sua performance. Há poucos meses, por exemplo, os pesquisadores constataram o papel importante de duas substâncias no seu funcionamento. Uma delas, o hormônio estrógeno, exerce influência positiva. “Ele atua no aumento das terminações nervosas dos neurônios, o que eleva a quantidade de sinapses”, disse à ISTOÉ Deepak Srivastava, da Universidade Northwestern. Sinapses são os pontos de contato de um neurônio e outro, em que ocorre a transmissão do impulso nervoso. Quanto maior o seu número, maior a circulação de informação no cérebro – algo muito positivo para manter a vitalidade do órgão.
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O ácido quinurênico, o outro composto, ao contrário, é prejudicial. “Sua presença em maior quantidade no cérebro parece corresponder a uma redução na percepção, na memória e na capacidade de navegação espacial”, disse à ISTOÉ Robert Schwarcz, da Escola de Medicina da Universidade de Maryland. O inverso também foi observado. “Pessoas com menores quantidades dessa substância no cérebro são melhores nessas funções”, diz Schwarcz.
Outras pesquisas confirmam a validade de preceitos da filosofia oriental quando o objetivo é construir um cérebro para ter sucesso. Uma delas é respeitar o ritmo do órgão – e dar a ele um descanso, inclusive – quando se quer obter dele o melhor. Por isso, o budista e mestre em meditação Stephen Little, um ex-físico que ensina meios de melhorar a atenção, diz que é essencial saber a hora de parar. “É importante entender os sinais do corpo e fazer um intervalo para retomar o trabalho com a atenção renovada”, diz. Uma das suas técnicas favoritas é prestar atenção na própria respiração por alguns segundos para depois retomar a atividade.
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AERÓBICA
No final do dia, quando percebe que não vai conseguir uma boa solução de informática
para um cliente, o diretor comercial Orlando Cintra, da empresa GXS, para de trabalhar e vai correr.
“Depois, as respostas que eu procurava chegam com facilidade impressionante”
O método tem o respaldo da ciência. “O cérebro é o motor que move uma máquina. Se funcionar sempre na mesma rotação, limita seu desempenho. E se for exigido sempre no seu potencial máximo, vai se desgastar”, diz o neurocientista Luiz Eugênio Mello, da Federação Brasileira de Sociedades de Biologia Experimental. Por isso, um cuidado essencial para manter o motor – ou o seu cérebro – funcionando bem é variar o padrão de exigência e dar a ele períodos de repouso. Quando não está investigando formas de reabilitar funções cerebrais em pacientes que sofreram acidente vascular cerebral, o próprio Mello, por exemplo, vai pescar. “O importante é que a pessoa faça o que lhe dá prazer”, diz Ivan Okamoto, neurologista do Hospital Albert Einstein e coordenador do Instituto da Memória da Universidade Federal de São Paulo.
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MEMÓRIA
A cantora e compositora Juliana Kehl foi ao médico porque andava distraída.
“Esquecia o caminho e ia para outro lugar.” Descobriu que estava sentindo os efeitos
da maratona de lançamento do primeiro CD e que precisava repor vitaminas
do complexo B e ferro, essenciais à memória
Fonte: Isto é

Pensamento para o dia : O LEILÃO DOS QUADROS FAMOSOS!


Aquele que tem o Filho tem tudo!

Pai e filho se amavam muito, e cada qual curtia o que o outro gostava de fazer. Quantas vezes viajaram juntos! Às vezes, numa boa pescaria, quando o peixe rareava, deixavam tudo de lado para dar lugar a um "papo" amigo e descontraído. Era de dar inveja a relação que tinham. 

Já havia algum tempo, após perder a esposa, que aquele homem desistira de reconstruir sua vida afetiva ao lado de outra mulher. Concentrou sua energia no trabalho, na relação com o filho, e numa atividade que lhe passou a ser cara e prazerosa: comprar quadros de pura arte :
PicassoMatisseVan Gogh 
Picasso, Matisse e Van Gogh

Com o passar dos anos, reuniu em sua mansão um acervo respeitável, raras vezes aberto à apreciação do público local. E então veio a guerra. 

Nada nem ninguém foi capaz de impedir que seu único filho fosse para o front. Uma vez lá, em pouco tempo, o rapaz se destacou por desafiar a morte, correndo todos os riscos para salvar colegas feridos. A um deles, em especial, confidenciou sobre o gosto de seu pai por quadros de pintores famosos. Ele, pessoalmente, gostava de alguns óleos sobre tela cuja paisagem apresentasse água em movimento. 

Um dia, porém, no afã de salvar mais um patrulheiro, tombou mortalmente ferido e morreu. 

Quando aquele pelotão retornou da guerra, entre os sobreviventes estava o amigo mais chegado daquele jovem valente. Pensou logo em aproximar-se do velho pai, que vivia só e devia estar sofrendo, mas não quis fazê-lo de mãos vazias. Como sabia rabiscar alguns contornos humanos, procurou desenhar, da melhor maneira que pode, o rosto de seu bom amigo e salvador, o filho daquele velho senhor. 

Tocou a campainha, identificou-se e estendeu-lhe o presente. 

Com mãos trêmulas, o pai o desembrulhou. Olhando demoradamente o rosto de seu saudoso filho, agradeceu ao jovem soldado o seu gesto e o elogiou por retratar com precisão os traços mais significativos do filho. 

Alguns anos se passaram, e o velho pai descansou. 

Após anunciar nos jornais, o leiloeiro estava pronto agora para iniciar o leilão dos quadros tão famosos. A disputa prometia. Ao dar início, o leiloeiro leu as regras de praxe e acrescentou que, por ordem do proprietário, o primeiro quadro a ser leiloado intitulava-se 

O Filho 

"O Filho". Abriu, então, para as primeiras ofertas. Mas não houve oferta alguma. Insistiu: "Se não houver oferta pelo quadro "O Filho", não haverá leilão". Todos protestaram com veemência: Não viemos pelo "Filho"! - disseram - Nós viemos por Matisse, por Picasso e por Van Gogh! 

Como insistisse o leiloeiro com "O Filho", um senhor muito humilde, nem sentado estava, nos fundos do salão nobre, ergueu as mãos e disse timidamente: "Olha, Sr., eu não tenho mais que dez reais. Se tivesse mais, eu os daria pelo quadro "O Filho". 

- Alguém dá mais? - gritou o leiloeiro. Como ninguém se manifestasse, após a terceira chamada, ele bateu o martelo, e disse: "O Filho" está vendido para o cavalheiro lá dos fundos! 

Enquanto o Sr. se dirigia à frente para efetuar o pagamento e levar "O Filho" pra casa, o leiloeiro surpreendeu a todos, dizendo: Senhoras e senhores, o leilão está encerrado! 

Ante o protesto de todos, ele abriu solenemente o Testamento do proprietário, e nele estava escrito: Aquele que levar o meu "Filho", levará todos os meus quadros. 

Jesus 

Quem tiver o filho que fique com tudo. Pois quem tem o “filho” tem tudo. 

A propósito, está escrito: "o Pai ama o Filho e pôs tudo nas mãos dele" (João 3.35). Por isso, mais ainda do que na história relatada, e respirando fundo a vitória de Cristo, quem leva o Filho de Deus no seu coração, tem o que há de mais precioso e leva tudo pra casa e para a Vida.
Fonte: http://prcarloselias.blogspot.com.br/2010/02/o-leilao-dos-quadros-famosos.html

sexta-feira, 30 de março de 2012

"Quem morre? "


Morre lentamente

Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo



Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar. 



Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou 
Não conversa com quem não conhece.



Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos 
Olhos e os corações aos tropeços. 



Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz 
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto 
Para ir atrás de um sonho, 
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos... 



Viva hoje !
Arrisque hoje ! 
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !



NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ!
(Martha Medeiros)



MÁRIO DE ANDRADE



REFLEXÕES:



- "Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição."


- "O passado é lição para se meditar, não para se reproduzir."


- "Passado é lição para refletir, não para repetir."


- "Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi."

MÁRIO DE ANDRADE 

Frida Kahlo: a dor da vida, a dor da arte


Alguns artistas ultrapassam a fama adquirida por seu trabalho e tornam-se sua melhor arte. Esse foi o destino de Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, ou Frida Kahlo, a mexicana que transformou sofrimento em arte.



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© Frida Kahlo, "As Duas Fridas" (1939).
Muitos artistas deixaram sua marca no mundo das artes pelo trabalho que fizeram, pelos quadros que pintaram, pela música que tocaram ou pelo poema que escreveram. Mas alguns poucos foram além e, mais do que a marca deixada por sua obra, confundem-se com ela e ficam eternizados pela sua própria imagem. São esses que se tornam ícones. E foi esse o destino da mexicana Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, ou simplesmente Frida Kahlo.
Simples é obviamente o adjetivo que menos combina com Frida. Sua complexidade tem origem na sua própria história: nascida em 1907, filha de um alemão e de uma mexicana, contraiu poliomielite aos seis anos, o que lhe deixou como sequela uma lesão no pé direito que lhe rendeu o apelido “Frida pata de palo” (Frida perna de pau). A partir daí começou a usar calças e saias longas estampadas, que vieram a se tornar uma de suas referências pessoais. Esse foi só o primeiro marco de como a construção do ícone Frida Kahlo partiu de sua própria dor. E era também só o primeiro de uma série de acontecimentos dolorosos de sua vida.
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© Frida Kahlo, "Autorretrato" (1926).
Aos 18 anos, Frida sofre um grave acidente: o bonde em que seguia colide com um trem, deixando-a meses entre a vida e a morte devido ao pára-choque que atravessou seu pélvis. Foi durante a recuperação que começou a pintar, usando o material de seu pai, que tinha a pintura como passatempo. O acidente deixou severas marcas a Frida, que teve que viver a partir de então com fortes dores no corpo e coletes ortopédicos.
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© Frida Kahlo, "Coluna Rota" (1944).
Porém, talvez nenhum destes dois acontecimentos tenham sido tão intensos na vida da artista como seu relacionamento com o pintor mexicano Diego Rivera. A própria Frida resume bem a relação em seu diário, "Diego, houve dois grandes acidentes na minha vida: o bonde e você. Você sem dúvida foi o pior deles."
A vida do casal foi marcada pela intensidade, tanto na paixão como nas calorosas brigas. Rivera e Kahlo dividiam a militância no partido comunista, o amor pelas artes e uma tendência a relacionamentos extraconjugais. Frida era bissexual, mas Rivera dizia não se importar com seus casos com outras mulheres; apenas os casos com outros homens o incomodavam... Um dos mais famosos, mas já depois da separação, foi com o revolucionário russo Leon Trótski.
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© Frida Kahlo e Diego Rivera (Wikicommons, Carl Van Vechten).
Mas talvez nenhum dos relacionamentos extraconjugais de Frida a marcou tanto quanto a descoberta de que Diego tinha um caso com sua irmã Cristina há anos. Rivera teve 6 filhos com Cristina, e Kahlo nunca perdoou a irmã. Após saber desta traição, Frida separa-se de Diego, mas voltam a ficar juntos novamente em 1940, e assim permanecem até 1954, quando Frida é encontrada morta em sua casa devido a uma forte pneumonia. "Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida" foi a última frase escrita pela artista em seu diário.
Um ano antes de sua morte, Frida precisou amputar uns dos pés devido à gangrena, “Pés para que os quero, se tenho asas para voar?” escreveu Kahlo em seu diário, em mais uma demonstração de como era capaz de alterar sua própria percepção do sofrimento.
Em seus quadros, essa capacidade de transformar dor em belas imagens fica clara. É o caso de Columna Rota, de 1944, em que Frida se retrata com a coluna mutilada e o corpo coberto de pregos: a sua dor torna-se tão visível que é possível ao admirador senti-la. Em A árvore da esperança, de 1946, Kahlo pinta novamente sua dor, agora acrescida da esperança de um dia ver-se livre do sofrimento que as sequelas causaram, e para isso pinta duas Fridas: a que convalesce no leito e a que segura um colete agora já inútil. Frida pintou-se como duas em outro quadro, As duas Fridas, de 1939. Mostra-se aqui como uma mulher dividida pela dor lacerante do corpo e da instabilidade de seus relacionamentos, e que ao mesmo tempo é intensa, apaixonada e repleta de esperança. Em seu diário ela ainda acrescenta ''Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.''
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© Frida Kahlo, "Árvore da Esperança" (1946).
Mais de 50 anos após sua morte, Frida Kahlo ainda continua sendo influência para muitos artistas. A personalidade forte que é possível ser notada no modo como se vestia, nas telas que pintava, na intensidade com que vivia e na forma como se comprometia com a cultura de seu país tornaram-na modelo de originalidade.
A casa em que viveu tornou-se um museu em sua homenagem, a Casa Azul. Sua vida foi retratada em dois filmes: em 1983, em Frida, natureza viva de Paul Leduc, e em 2002 em Frida, de Julie Taymor, onde foi interpretada por Salma Hayek.
Frida Kahlo teve na dor sua matéria; sua vida foi um turbilhão de sentimentos que a artista conseguiu canalizar em um só: paixão. Suas obras irradiam calor e vivacidade, mas não é só pelo seu trabalho que ela ainda encanta. Frida teve uma vida que faria muitas mulheres se vestirem de luto, mas ela preferiu vestir-se de flores.
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© "Frida" de Julie Taymor (2002).


Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012/03/frida_kahlo_a_dor_da_vida_a_dor_da_arte.html#ixzz1qcLJS7b7

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