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domingo, 26 de junho de 2011

ARTE RUPESTRE: PASSADO E PRESENTE

Bloco de Conteúdo
Artes
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ESTE PLANO DE AULA ESTÁ LIGADO À SEGUINTE REPORTAGEM DE VEJA:
Conteúdo 
Arte rupestre, conceitos e elementos

Habilidades 
Utilizar as linguagens como meio de comunicação e expressão e reconhecer e valorizar o patrimônio histórico e artístico

Tempo estimado Duas aulas

O Brasil é um grande museu natural com um dos mais extensos conjuntos de arte rupestre do mundo. Marcas deixadas em rochas há cerca de 40.000 anos fazem parte deste patrimônio frágil. Segundo reportagem de VEJA, nossas pinturas milenares estão sendo depredadas por pichações, fogueiras e até por cartazes de propaganda eleitoral.

Discuta com a turma os impactos negativos que esse tipo de vandalismo gera, partindo de uma atividade prática com pigmentos naturais e correlacionando arte rupestre com grafite.

Atividades 
1ª aula – Inicie a conversa perguntando a respeito dos grafites que encontramos nos muros de muitas das nossas cidades. Por que as pessoas grafitam? O que elas deixam registrado? Afinal, o grafite também é uma forma de expressão que representa a sociedade contemporânea. Infelizmente muitos confundem expressão com vandalismo e grafite com pichação. Os centros urbanos estão repletos de exemplos de intervenções feitas sem autorização em muros, placas e orelhões. Faça uma leitura coletiva de VEJA e mostre que a situação é ainda mais grave quando as assinaturas e marcas são feitas em patrimônios históricos e artísticos.

Explique que o termo arte rupestre vem do latim rupes ou rupis, que quer dizer rochedo ou seja, arte rupestre é aquela realizada em paredes. Os alunos poderão se perguntar: “muros grafitados são arte rupestre?”. De certo modo, sim: é arte rupestre contemporânea.

O texto de VEJA trata de uma arte realizada por civilizações muito anteriores a nossa, que habitaram o planeta na pré-história, há milhares de anos. Nesse período, os homens não tinham preocupação em definir se o que faziam era arte ou não. Mas, de qualquer forma, as marcas deixadas por eles são o registro de uma tentativa de se expressar graficamente e deixar registrada sua maneira de pensar e de agir.

Há várias teorias desenvolvidas, sobretudo a partir do século XIX, relacionadas ao porquê de o homem pré-histórico deixar essas marcas. Entre elas, acredita-se que essas pinturas e gravuras feitas nos paredões de pedra pudessem ter um valor mágico. Teriam a função de representar previamente o sucesso que o grupo pretendia ter em uma caçada a ser realizada no dia seguinte, por exemplo. De qualquer forma, em diversos lugares do mundo podemos encontrar sinais da expressão humana, registrados por meio de pinturas e incisões como as descritas na reportagem.

Alguns dos registros mais antigos são os das impressões das próprias mãos do homem, espalmadas sobre a pedra. Especula-se que nossos antepassados tenham observado que suas mãos sujas de lama ou de sangue poderiam ter sua forma fixada sobre a superfície, deixando marcada a passagem por aquele lugar.

São diversos os temas encontrados nos sítios arqueológicos. Entre eles, figuras de animais, de pessoas, cenas do cotidiano – como a caça e a dança – e, em alguns casos, grafismos abstratos, formas que lembram espirais, treliças, polígonos – como triângulos e estrelas – e linhas onduladas.
Dia-a-dia real e abstrato: registros em Seridó, no Rio Grande do Norte, têm formas variadas . Foto: Assoc. Bras. de Arte Rupestre/divulgação
Dia-a-dia real e abstrato: registros em Seridó, no Rio Grande do Norte, têm formas variadas.Foto: Assoc. Bras. de Arte Rupestre/divulgação

Os materiais utilizados nessas pinturas eram as terras ricas em óxido de ferro para tonalidades avermelhadas, aquelas com dióxido de manganês para os marrons, o pó do carvão para os pretos e o caulim para o branco – todas poderiam ser aplicadas com bastões ou com as mãos, criando diferentes tipos de desenhos. Já as gravuras (incisões feitas nas pedras) eram produzidas, em geral, utilizando a ação de uma pedra sobre a outra para o picotamento e o polimento por fricção.

Aproveite para explicar para a turma quem é o arqueólogo, o profissional que estuda as marcas deixadas pelas populações antigas. É importante explicar a arqueologia estuda os vestígios da cultura material, o que não significa que os povos antigos também não tivessem dança, música ou outras formas de expressão que, no entanto, não tiveram registro.

O sítio arqueológico é o lugar onde são encontradas essas marcas. Podem ser áreas que contenham objetos, cemitérios antigos, ou, como no caso da reportagem, áreas com arte rupestre. Estes locais guardam uma importante parte da história da civilização humana e sua preservação é fundamental para a memória de nossa espécie, para que as gerações futuras conheçam as nossas raízes mais remotas. Só mesmo com o registro material devidamente preservado pode-se ter uma vaga ideia de como viviam nossos antepassados.

Para a aula seguinte, peça aos alunos que façam um levantamento no bairro, em suas casas, nas de seus colegas e parentes, buscando por terra de diferentes cores. Motive a moçada para que nesse exercício de coleta observe atentamente a ampla diversidade de cores e tonalidades que a própria natureza disponibiliza. Mostre, por exemplo, imagens de pinturas rupestres com tonalidades distintas.
Cores variadas: trabalho na Toca do Boqueirão da Pedra Furada, na Serra da Capivara, no Piauí. Foto: Assoc. Bras. de Arte Rupestre/divulgação
Cores variadas: trabalho na Toca do Boqueirão da Pedra Furada, na Serra da Capivara, no Piauí. Foto: Assoc. Bras. de Arte Rupestre/divulgação
Cada estudante deve trazer amostras de terra seca e peneirada (aproximadamente 1 copo de cada cor de terra). Garanta, também, a disponibilidade de potinhos para preparar tintas, cola branca e folhas de cartolina branca.

2ª aula – Deixe os jovens experimentarem a sensação de preparar suas próprias tintas utilizando materiais naturais. Reúna-os em grupos e peça que mostrem as cores de terra que conseguiram coletar. Destaque as diferentes tonalidades obtidas (se for possível, faça uma relação com a disciplina de Química, buscando identificar os componentes predominantes para gerar aquela coloração).

Explique que toda a tinta é feita de pigmento (que dá cor), diluente (veículo) e aglutinante (aquilo que junta o pigmento e que fixa a tinta na superfície). Em seguida, oriente-os a começar a preparação das tintas, misturando um pouco de terra com água e cola branca. A terra será o pigmento, a água o veículo e a cola o aglutinante, que dará também um pouco de brilho e plasticidade à tinta. Pode-se trabalhar também apenas com a mistura de terra e água, nesse caso a tinta ficará opaca e menos plástica, como a das pinturas rupestres.

A partir daí eles poderão experimentar as cores, criando um mostruário de tonalidades. Motive a turma a observar as misturas obtidas por todos e a partilhar as cores. Chegou a hora de pintar. Peça que usem as folhas de cartolina fixadas à parede (com fita crepe, por exemplo), ou estendidas no chão, formando um grande painel. Os alunos devem incorporar o espírito dos homens da pré-história e retratar cenas do cotidiano e/ou deixar marcas das mãos espalmadas.

Para saber mais Outros materiais para diferentes pigmentos
Na pré-história, o homem utilizou também pigmentos vegetais, que, segundo os pesquisadores, em muitos casos resistiram menos à ação do tempo. Como atividade complementar, vale experimentar outros tipos de corantes naturais para a preparação de tintas como, por exemplo, caldos de beterraba, cenoura, couve e outras folhas verdes. Os caldos podem ser obtidos batendo no liquidificador pedaços dos vegetais com água.

É importante salientar que as pinturas produzidas dessa forma não devem ser expostas ao sol, pois desbotam com facilidade, ao contrário daquelas produzidas com terra, que tem uma permanência maior.

Conclua lembrando que a pintura foi uma das primeiras marcas materiais que o homem deixou sobre a Terra. Ao longo dos séculos, essa atividade se transformou, as tintas e as ferramentas mudaram. No entanto, a proposta continua a mesma: registrar o modo de pensar e as aspirações de uma sociedade em uma determinada época.

Para ir além Debate: grafite x pichação
O grafite é um tipo de pintura mural que remete à arte rupestre. No entanto, atualmente utiliza como suporte os muros das cidades e tem tintas produzidas pela indústria, como o látex e as tintas em spray.

Encomende à turma um levantamento na escola e na região tentando descobrir alguns grafiteiros. Convide-os para um bate-papo com a classe a respeito de questões como o grafite e a cidade, grafite x pichação, o grafite e o patrimônio da cidade. Depois, encomende um texto individual em que cada um se posicione sobre essa arte rupestre contemporânea.


Quer saber mais?

Aula elaborada por Maria José Spiteri Tavolaro Passos
Mestre em Artes e professora das universidades Cruzeiro do Sul e São Judas Tadeu, ambas em São Paulo.

FONTE: REVISTA NOVA ESCOLA


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